31.7.06

Pecado

Se eu fosse um pecado, eu seria a esperança.

Dequeumdiaqualqueroquantoantesporfavoralgoeporalgopensodiversascoisasquedi-
zemrespeitoamimavocêeatudoqueexisteaconteçaeaconteçae(porquenãodá?)quemsa-
beumdiaquemsabeeuqueriasabermasoraquepossofazer?
Euvocêetudooqueexiste

30.7.06

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Mesmo quando o mundo dos sonhos me prende em seu infinito tecido róseo como o plástico de minha fantasia eu gostaria de permanecer dormindo, sonhando mesmo que tenha de sonhar com a infelicidade de não te ter e te ver te desejar de longe, sonhar com a minha vida real mas disfarçada de sonho de histórias inventadas.

//

Às vezes você volta de uma festa à fantasia e só vai dormir às cinco da manhã, mas mesmo assim às sete você acorda e não consegue mais dormir porque tudo o que você consegue pensar é que nada disso vale a pena e que já é domingo, amanhã você terá de voltar para o lugar que você mais odeia no mundo, e nada há para fazer a respeito a não ser abrir a janela e pular, então você lembra que tem medo de altura e pensa em pesquisar venenos eficazes e lembra do Akutagawa que se matou com uma grande dose de Veronal, você acha que não comercializam mais Veronal, que tristeza essa modernidade, os remédios estão perdendo sua letalidade.

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A obsessão não é lá muito elogiável, mas há pouco que o obsessivo possa fazer a respeito, afinal ele está obcecado, a culpa por estar obcecado apenas aumenta a obsessão, então provavelmente o melhor é simplesmente abraçar a obsessão e admitir que não consegue parar de pensar na coisa ou pessoa em que está pensando obsessivamente, nada há para se ter vergonha.

//

E o tempo, invariavelmente, vai passando, você vai almoçar e ver algumas fotos e o dia já está acabando, já é dia trinta de julho de dois mil e seis, e você sabe que o tempo não deixará de passar, não existe misericórdia.

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E existe de verdade liberdade, de fato temos infinitas possibilidades dentre as quais sempre podemos escolher, mas que diferença isso faz se não importa o que escolhemos o resultado é sempre o mesmo, e a felicidade existe sim mas não depende da liberdade ou pelo menos não somente da liberdade, o que fazer se tudo o que importa na sua vida depende da resposta de uma outra pessoa que simplesmente não quer falar sim, que fazer se isso provavelmente jamais mudará, será que devemos simplesmente desistir de ouvir o sim mesmo sabendo que por dentro estaremos mais mortos do que já estamos agora?

//

A morte, dizem, dizemos, não é o oposto da vida, pois faz parte dela e somente dentro dela existe, tanto que pouco ou nenhum sentido tem falar de alguém que “está morto”, pois se morreu não está mais nada, a morte é dentro da vida, mas opõe-se, também, a um outro sentido da palavra vida, sentido que como a morte se localiza dentro do campo da vida, podemos viver sem viver ou viver vivendo, e eu simplesmente não consigo aceitar isso em que eu me encontro como vida, e de certa forma estou um pouco morto, só queria estar um pouco mais, o suficiente para não estar mais nada.

//

Eu sinto a cada dia a situação piorando, e o gosto pela vida indo embora, e a vontade de sair, ir ao cinema, ser ator, estudar filosofia, encontrar pessoas, ler bons livros etc diminuindo gota a gota, de modo que toda ação deixa de ter sentido, pois o único sentido possível para a vida e suas ações é a vontade humana, e é justamente essa vontade que em mim está morta, embora ainda reste em algum fundo de eu alguma glândula que grita que quer viver.

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De fato eu cresci errado, acabei me tornando ao mesmo tempo muito solitário e muito dependente, preciso praticamente parasitar meus amigos, mas não consigo não fazê-lo, e não desejo aprender a ser independente de verdade, pois conheço também a solidão e a independência, e não há nada nisso que me atraia, e no fundo não há surpresa no fato de eu depender de você mudar magicamente de idéia para ser feliz, é um modo idiota de tirar de mim a responsabilidade pela minha felicidade, mas sabem o quê, eu também já tentei de tudo para ser feliz por minha própria conta, eu fiz de tudo, eu agi de todas as maneiras possíveis e imagináveis, e nada deu certo, e realmente acaba parecendo que eu não fiz nada porque não teve nenhum efeito sobre a realidade fundamental do sofrimento.

//

Não sei se vocês conhecem a dor de estar conversando com uma pessoa, olhando para ela, tocando-a, e mesmo assim ter saudade dessa pessoa, sentir falta de algo que existiu entre vocês e já não existe mais, perceber que talvez se ainda existisse a vida fosse não boa, mas mais agüentável um pouco, como eu sinto saudades da Marina e do Charles, isso sem contar as pessoas que eu realmente não vejo mais e que já foram tão importantes pra mim, mas até isso acaba perdendo o sentido, e quando estou sozinho em casa fico pensando em tudo que eu preciso falar pra essas pessoas todas ou fazer com elas ou pedir pra elas, todos os modos como poderíamos nos divertir a ponto de quase acreditar que somos felizes, mas quando eu as vejo eu acabo me perguntando Pra Quê e desisto de tudo, porque não faz diferença e não vale a pena.

//

Cada dia eu sento aqui para tentar escrever algo que demonstre que está tudo pior do que nunca, que minha pele está prestes a romper sob a pressão de toda a dor que ferve dentro de mim, em forma de raiva ou tristeza, algo que faça vocês perceberem que não dá mais, algo que faça algum grande Outro sentir pena de mim (mesmo que eu tenha tanto desgosto pela idéia de alguém ter pena de mim) e descer de seu céu para me dar uma mãozinha, é como minha ateidade frágil, que procura falar e pensar coisas de modo que Deus finalmente resolva ser o absoluto Bem que ele deveria ser e dar pelo menos uma resolvidinha pequenininha nas coisas, pra qualquer dos lados que seja: pro lado da vida ou pro lado da morte.

//

No fundo tudo é inútil. No fundo eu sei que se eu continuar vivendo vai ser para me tornar cada vez mais amargo, cada vez mais infeliz, e que no futuro eu vou olhar pra trás e ter a certeza de que eu deveria ter me matado. Eu sei que isso é o melhor que eu tenho pra fazer, e já faz muito tempo que todo dia eu tento criar coragem para finalmente me dar esse merecido final, mas o homem é limitado, seu medo não.

//

Então continuo te esperando.
Só não podia deixar de registrar o quanto tudo carece de sentido perante a infelicidade, e principalmente o quanto é horrendo que o ser humano se sinta culpado por aquilo que sente, ou seja, aquilo sobre o que não tem controle. Que culpa tenho de não querer continuar com essa vida? Como pedir desculpas por ser infeliz? Como pedir perdão por não querer que você tenha uma vida feliz sem mim?

28.7.06

Cena

(Palco nu. Madeira; fundo e laterais pretos. Luz pouca e azulada, que pode aumentar um pouco mais próximo ao final da cena.

Um por um, entram os atores, que devem ser uns quinze ou vinte no total, sem expressão, mas com seus figurinos e personagens das cenas anteriores. Colocam-se dentro de um quadrado imaginário no centro da cena, orientados aleatoriamente mas somente para as seguintes quatro direções: platéia, o fundo do palco e as laterais.

Na frente de cada ator, há uma pia e espelho imaginários. Cada um ao modo de sua personagem deverá realizar os movimentos de apanhar uma escova de dente e pasta – a cena beneficiaria se esses objetos, diferentemente de todo o resto, fossem reais, trazidos de algum modo pelos atores – e escovar os dentes.

Ainda realizando a ação, de modo a comprometer-lhes individualmente a clareza mas mantendo uma lucidez do coletivo, os atores começarão a cantar.)

ATORES – Solidão,
que poeira leve...
Solidão,
olhe a casa é sua...
O telefo--

Solidão,
que poeira leve...
Solidão,
olhe a casa é sua...
E no meu descompasso
o riso dela...

Na vida quem perde o telhado
Em troca recebe as estrelas
Pra rimar até se afogar
E de soluço em soluço esperar
O sol que sobe na cama
e acende o lençol
Só lhe chamando
Solicitando...

Solidão,
que poeira leve...
Solidão,
olhe a casa é sua...
O telefo--

Solidão,
que poeira leve...
Solidão,
olhe a casa é sua...
E no meu descompasso
o riso dela...

Se ela nascesse rainha
Se o mundo pudesse agüentar
Os pobres ela pisaria
E os ricos iria humilhar.
Milhares de guerras faria
Pra se deleitar
Por isso eu prefiro
Cantar sozinho.

Solidão,
que poeira leve...
Solidão,
olhe a casa é sua...
O telefone chamou,
foi engano...

Solidão,
que poeira leve...
Solidão,
olhe a casa é sua...
E no meu descompasso
passa o riso dela...

27.7.06

Reflexão

Não é ótimo?
Se livrar dessas coisinhas pegajosas
Perceber que tudo de fato
É culpa sua.

26.7.06

Haicais de inverno
ou
Mês de julho

(um)
Robert Frost
Bosque branco em sonho:
Ainda milhas pra andar
Antes de dormir...

(dois)
Insistência
Apesar do frio,
Nudez e janela aberta
Para alguém entrar.

(três)
Transmutação
Grande cobertor;
Debaixo, estou sozinho:
Pequena prisão.

(quatro)
Brincadeira
Responde a pergunta
Com os sinais de fumaça
Do teu respirar!

(cinco)
Insônia
Sozinho de noite
O frio queima o coração.
Esmago formigas.

(seis)
Dois pontos de vista
Perto da lareira –
O encontrar de duas mãos.
Carinho; inveja.

(sete)
Brincadeira – II
Riso e arrepio:
Um espírito do frio
Sopra em meu ouvido.

(oito)
Beleza
Uns lábios azuis,
Rosto pálido e gelado:
Oh, Deus, que tragédia!

(nove)
Prenúncio
Frio: estou imóvel.
Vou criar este haicai
Só na primavera.

(dez)
Insistência – II
Não quero acordar...
No sonho não há cobertas,
Você que me aquece.

(onze)
Romântico
Tu serves o vinho,
Desligas o aquecedor
E te vais embora.

(doze)
Insônia – II
Madrugada, álcool,
Meus amigos já partiram.
Não lembro onde moro...

(treze)
Na verdade...
Reclamo do frio
Desde o começo do outono...
Vá-te, primavera!

(catorze)
Dois pontos de vista – II
Por ninguém usá-lo –
Solidão e liberdade –
Meu nome congela.

(quinze)
Desculpa
O calor do álcool
É quem se deve culpar
Do suor da dança.

(dezesseis)
Miragem
Por causa do frio
Meu gato vem ao meu colo –
Mas não tenho um gato!...

(dezessete)
Insistência – III
Na rua um cão ladra
Enquanto minha alma geme.
Será que tem fome?

(dezoito)
Inverno
Paixão: uma gripe
Contraída por querer.
Tu longe, no Hades...

(dezenove)
Insistência – IV
Dia claro e frio.
O Sol perdeu seu calor?
Hoje não te vi.

(vinte)
Insistência – V
Árvores sem folhas.
A morte anda nas ruas.
Não estás comigo.

(vinte e um)
Tempo de morte
Por favor, silêncio:
Um bebê nasceu no inverno.
Por que estou tão triste?

(vinte e dois)
Permanência
Agora é verão
Do outro lado do mundo.
Mas estou aqui.

(vinte e três)
Impermanência
Se me lembro bem
Ainda no fim do outono
Vovô era vivo...

(vinte e quatro)
Beleza – II
Hoje não nevou
E a paisagem está suja.
Vou brincar lá fora.

(vinte e cinco)
Desculpa – II
Minhas orelhas
Doem por causa do frio...
O som dos seus passos!

(vinte e seis)
Violência
Não me tens calor,
Mas ousas me dar conselho
De me agasalhar...

(vinte e sete)
Miragem - II
Não, não estou só!
Tenho o espírito do fogo
Que habita a lareira...

(vinte e oito)
Violência – II
O vento cortante –
Sangue corre pela face –
Lágrimas geladas.

(vinte e nove)
Insistência – VI
Velho lago sujo!
Quem agüentará seu frio?
Vamos pular juntos?

(trinta)
Na verdade... – II
Sou eu essa neve
Que sob pressão vira gelo
Quando tu me pisas.

(trinta e um)
Insistência – VII
Que infelicidade:
Já não sonho mais contigo...
Finde tudo, então!

26/07/06

25.7.06

Tou pouco me lixando para esse vestibular aí.
Eu vou é me preocupar com o que me interessa.

Mas claro que vou me dedicar e me esforçar nos nossos estudos, meninas lindas e maravilhosas que eu amo do fundo do meu coração.

21.7.06

Um demônio que habita minha porta
ou
Poema aos onze meses de paixão

Alguma forma de decência me diz
Que eu não devia escrever assim
Com lágrimas correndo a face...

Pra escrever talvez eu devesse
Esperar um momento de calma
Para haver verdade e solidez...

Alguma forma de decência me diria para não voltar atrás
Para não ir em busca daqueles momentos que, eu sei,
Me farão chorar todas as vezes que eu visitá-los...

Há tempos não escrevo poemas pra você

Mas há pessoas que dizem que a vida é um poema,
E, se for...

Você não me vê,
Mas eu vivo pra você todos os dias...

Você me falou para escolher a felicidade que eu posso alcançar
Mas o que eu alcanço vira sangue quando você não está aqui...

E você nunca mais esteve aqui...

As pessoas me dizem: coma e beba,
Alegre-se pelo que tem.
As pessoas me mandam viver...

Mas às vezes não se pode seguir adiante
Sem terminar o que se começou lá atrás.

Qual é o valor de uma vida vivida sem gosto?

Algum tipo de decência me impede de dizer que eu te amo
Porque me parece que o amor não poderia ser infeliz
Porque nele reside minha última esperança...
Mas você não percebe que ele é você?

Algum espírito de decência sorri pra mim cada vez que
[eu saio de casa
Eu olho pra ele com pesar e fraqueza
E peço por favor – não...

O nascer do Sol jamais terá beleza novamente
[enquanto não for visto emoldurado por seu rosto adormecido.

21/07/06

20.7.06

da peça de Racine

PHÈDRE
Mon mal vient de plus loin. A peine au fils d'Egée
Sous les lois de l'hymen je m'étais engagée,
Mon repos, mon bonheur semblait s'être affermi,
Athènes me montra mon superbe ennemi.
Je le vis, je rougis, je pâlis à sa vue ;
Un trouble s'éleva dans mon âme éperdue ;
Mes yeux ne voyaient plus, je ne pouvais parler ;
Je sentis tout mon corps et transir et brûler.
Je reconnus Vénus et ses feux redoutables,
D'un sang qu'elle poursuit tourments inévitables.
Par des voeux assidus je crus les détourner :
Je lui bâtis un temple, et pris soin de l'orner ;
De victimes moi-même à toute heure entourée,
Je cherchais dans leurs flancs ma raison égarée,
D'un incurable amour remèdes impuissants !
En vain sur les autels ma main brûlait l'encens :
Quand ma bouche implorait le nom de la Déesse,
J'adorais Hippolyte ; et le voyant sans cesse,
Même au pied des autels que je faisais fumer,
J'offrais tout à ce Dieu que je n'osais nommer.
Je l'évitais partout. O comble de misère !
Mes yeux le retrouvaient dans les traits de son père.
Contre moi-même enfin j'osai me révolter :
J'excitai mon courage à le persécuter.
Pour bannir l'ennemi dont j'étais idolâtre,
J'affectai les chagrins d'une injuste marâtre ;
Je pressai son exil, et mes cris éternels
L'arrachèrent du sein et des bras paternels.
Je respirais OEnone, et depuis son absence,
Mes jours moins agités coulaient dans l'innocence.
Soumise à mon époux, et cachant mes ennuis,
De son fatal hymen je cultivais les fruits.
Vaine précautions ! Cruelle destinée !
Par mon époux lui-même à Trézène amenée,
J'ai revu l'ennemi que j'avais éloigné :
Ma blessure trop vive a aussitôt saigné,
Ce n'est plus une ardeur dans mes veines cachée :
C'est Vénus tout entière à sa proie attachée.
J'ai conçu pour mon crime une juste terreur ;
J'ai pris la vie en haine, et ma flamme en horreur.
Je voulais en mourant prendre soin de ma gloire;
Et dérober au jour une flamme si noire :
Je n'ai pu soutenir tes larmes, tes combats ;
Je t'ai tout avoué ; je ne m'en repens pas,
Pourvu que de ma mort respectant les approches,
Tu ne m'affliges plus par d'injustes reproches,
Et que tes vains secours cessent de rappeler
Un reste de chaleur tout prêt à s'exhaler.

19.7.06

Sem perguntas e presto!

Do amor:

Soltar bolhinhas de sabão. Encontrá-las não sei onde.
Tão solitário... não.
Nunca se está sozinho soltando bolhas de sabão.
Sempre alguém vê, alguém a estoura.
Me olham com medo, com incompreensão (não as crianças), mas é só amor.
As bilhinhas de sabão.

Meus amigos. É humanidade, ciência, fecundação.

Da organização social e econômica:

Os mecanismos precisam funcionar, mas comprar já ficou muito constrangedor.

Do sabor do cupuaçu:

É um sabor tridimensional, incontido no plano pragmático.
Quase um holograma.

Do sabor da canela:

Como o do cupuaçu, mas pra outro lado. Do avesso e granulado.

Da criação:

De repente, o nada ganhou outro nome.

Da destruição:

Não pise na grama, tem cocô de cachorro.
E toda a comida vida morre, quando ninguém come.
O mesmo com os livros, embora não haja tantos escritos por ninguém.

Do desencorajamento:

Na verdade, eu não faria nada.

Do medo da morte:

Você pensa estranho.

Da hereditariedade:

Tenho os mesmos olhos tristes que ele tem.
Quero usar suas ferramentas.
Não quero ser assim... tão... continente, solitário.

Da guerra:

Fundamentalistas e autoritários, como se fossem o máximo.
Como se fossem sós.
Como se preferissem-na a aquela dor mais fundamental.

Do amor (para os namorados):

Fechem os olhos, tirem as roupas as máscaras, encostem os rostos, cantem um som sincero com gosto de pão. O que parecia Nada vai mudar de nome para Tudo, em algum momento.
Entendam de uma vez que não é nada disso, mas não importa, de fato.

17.7.06

Questão

Qual a probabilidade de tudo isso ser resultado de anos ignorando aquelas malditas correntes de e-mail?

16.7.06

eu não quero voltar pra Campinas... eu não quero mais ficar sozinho em casa... eu não quero mais ficar sozinho em lugar nenhum... eu não quero mais ser sozinho... eu não quero mais essa vida assim... eu não quero mais ser inteligente... eu não quero mais escrever posts tristes... eu não quero mais preferir estar dormindo do que acordado... eu não quero mais ser tão vazio...

Obsessões

A prova de que Deus não existe é a total ausência de Misericórdia. Tudo o mais eu entendo: livre-arbítrio, existência do mal, absurdidade, silêncio, e até a irritante mania de julgar os outros. Mas se Deus existisse, eu já teria morrido, por um acidente de trânsito ou bala perdida, ou alguma doença misteriosa. Nem digo que eu teria morrido em paz, talvez tivesse doído muito. Mas de certa forma é como cavalos que quebram a perna: não é legal, mas você tem que matá-lo, é seu dever, como ser superior. E você o faz. Então por que eu continuo vivo? A prova de que Deus não existe é que a dor não mata ninguém (de dor eu já morri mil vezes mil vezes, cada uma delas terrível – e é isso que eu chamo de inexistência do inagüentável).

Não que eu não queira viver – há, aí está o nó. Eu quero viver. Mas o cavalo também queria, provavelmente.

De certa forma, se você quer julgar uma pessoa, só há dois critérios possíveis. E são eles os dois fatores mais importantes de toda a existência humana, então quem tem uma memória fraca talvez queira tomar nota. São eles o gosto e a vontade de viver.

O gosto de viver de certa forma é o que nós costumamos chamar de “felicidade”. E é aí que entra a obsessão. Geralmente as pessoas não param pra pensar muito nisso, ou se param isso nunca entra em discussão; eu até diria que a felicidade é o maior dos tabus (uau, frase de impacto, talvez essa seja minha primeira grande frase, talvez um dia ela apareça entre parênteses na “Wikiquote” ou na caixinha da Marina, então quem sabe não é esse um momento histórico, apanhem as câmaras fotográficas). Ao descrever uma pessoa – e isso vai do cotidiano ao científico, passando pelas minhas aulas de Improvisação: A Palavra em que temos de descrever as personagens que inventamos – ao descrever alguém, eu ia dizendo, sempre falamos características específicas e modos de se relacionar com o mundo e subjeitvismos e objetividades e manias e vícios e até os menores detalhes (e a gente acha que está fazendo poesia...), mas normalmente temos vergonha de dizer o essencial: se essa pessoa é feliz ou não. Tudo o mais é contingente, é ruído, entendem? O que importa é se essa pessoa ama sua vida ou não. Já eu, embora tenha vergonha de demonstrar em público (que tipo de esquisito se preocupa com isso?), sou obcecado pela felicidade. Ao olhar alguém, quem quer que seja, desde meus amigos íntimos até os desconhecidos do ônibus, e mais além os desconhecidos do jornal, e mais além os desconhecidos de minha imaginação, e mais além os desconhecidos que eu sequer imagino mas existem simplesmente pelo fato de participarem de minha obsessão, ao vê-los eu só consigo pensar Se Essa Pessoa É Feliz. Ao pensar nos problemas sociais eu estou pouco me fodendo para a chamada moralidade, eu me importo se alguém pode ser feliz como a merda de nossa sociedade. Ao pensar nos problemas culturais eu me pergunto se alguém pode ser feliz sendo a privada de nossa sociedade. Ao pensar sobre os problemas metafísicos eu me pergunto se alguém pode ser feliz; ao pensar sobre os problemas pessoais eu me pergunto se esse alguém é feliz. E, no fim das contas, eu admito que minha preocupação seja com a minha felicidade. Já não sinto que tenho forças pra não ser egoísta...

A vontade de viver está em muitas pessoas, é algo tão primal que poucos podem escapar, está até em mim. Quando se perde isso (e eu já cheguei tão perto...), não há mais volta, eu acho. Não que implique no suicídio – o suicídio exige, na verdade, uma vontade de morrer, que só pode existir quando se acredita em algo bom (a felicidade, necessariamente, pois é sempre ela que a gente busca, a todo instante) que advirá com nossa morte. Querer viver é nosso último grande impulso. Mesmo assim, o suicídio é outra obsessão que eu tenho (Mishima – escritor japonês do século XX que cometeu o hara-kiri – disse que o suicídio é a masturbação suprema).

E, é claro, há você. Amor, paixão, obsessão. Tudo rima (como romã rima com travesseiro...). Eu poderia, você sabe, eu poderia esperar por você minha vida inteira. Eu poderia manter minha vida por anos até a velhice sem qualquer felicidade, somente com alguns prazeres contingentes, esperando que você mudasse de idéia. Porque você diz, você age, você vive como se realmente jamais fosse me amar. Mas o que me mantém vivo é que você tem tanto poder sobre isso quanto eu. E um dia você vai ter de me amar, porque eventualmente vai ser impossível cair mais...

... Ou não. A Ana B. falava que para voltar à superfície, é preciso atingir o fundo do poço – assim usamos o impulso que o chão nos dá para ir à tona. Mas alguns lagos não têm fundo – e há anos eu caio, caio eternamente.

E algumas pessoas ficam bravas comigo porque eu não me entusiasmo...

E algumas pessoas me julgam por querer morrer...

Que vão tomar no cu todos esses. Isso inclui muita gente que sabe quem é. Inclui todas as pessoas que dizem que eu preciso fazer alguma coisa mas não me dizem o que. Que dizem que eu preciso esquecer, mas isso não é algo que eu possa fazer. Que dizem que eu tenho de pensar de um modo ou de outro mas sabem o quê eu não controlo meus pensamentos, a liberdade tem um limite até para os existencialistas (aliás, viu, ser existencialista é uma merda, porque aquilo que eu falei antes sobre ver felicidade no suicídio fica praticamente impossível, e eu realmente gostaria de conseguir me suicidar, mas eu tenho medo e não vejo esperança nenhuma mesmo ali). As pessoas que dizem que eu não mereço isso ou que não vale a pena ou que é idiotice, fodam-se, idiotas são vocês, idiotas insensíveis egocêntricos que querem mais é sentir que fizeram sua parte acalentando o coleguinha, mas o coleguinha infelizmente é mais inteligente que vocês (sabe, não é educado falar que eu sou mais inteligente que vocês, mas eu sou – e isso não me deixa convencido porque inteligência não serve pra porra nenhuma, aliás não vou fechar esse parênteses porque quero falar mais sobre isso.

A gente vive acreditando que crescer é bom. Nosso grande valor é a educação. Nosso ideal é uma sociedade melhor, mais humana, mais justa, uma vida mais digna e uma existência mais autêntica – e por falar em existência autêntica coloco aqui um asterisco porque me lembrou de algo: * – queremos mais sabedoria e mais tranqüilidade, mais aventura e mais segurança. Queremos nos tornar adultos para virarmos seres humanos de verdade, e então queremos retomar nossa infância para virarmos seres humanos maiores. Vamos à escola, à faculdade, pós-graduação, e quando acaba dizemos, humildes e de coração quente: “Nunca acaba, sempre precisamos aprender mais”. Crescer mais, nos transcender em direção ao infinito (e não é isso mesmo a base do existencialismo que eu defendo?). Mas sabem o quê? Crescer nem sempre é bom. Quando eu digo que eu sou miseravelmente infeliz e que não vejo possibilidade de saída de minha condição, as pessoas me dizem que com isso eu estou crescendo e que quando for feliz serei muito mais feliz do que a maioria das outras pessoas, porque eu cresci. E é verdade, eu cresço, eu venho crescendo ininterruptamente há anos, e não me levou a nada. Quero o direito de ser minúsculo, vocês estão me ouvindo? Quero ser pequeno, meu tamanho basta, BASTA! Não tenho pretensões ao sideral. Quero caber dentro das paredes da minha vida. Mas tudo me obriga a crescer: a dor, o espaço, a distância, eu mesmo. Até o dia em que serei um gigante. Vazio.
Uma amiga minha de Campinas me disse que acha que eu vou ser uma das pessoas que vão parar de voltar pra São Paulo todos os fins de semana. E eu não quero isso, mas também acho, porque eu estou crescendo.

Retomando o asterisco: *. Sabe, eu nunca vou desistir de te conquistar, então eu vou dizer mais uma coisa, e se não servir pra isso quem sabe não te faz algum bem (porque se existe alguém na Terra que eu genuinamente quero que seja feliz esse alguém é você). Eu entendi que pra mim não é que você tenha beleza, ou inteligência, ou senso de humor, ou sensibilidade, ou sabedoria, ou calor, ou carinho, ou honra, ou percepção, ou tato, ou Graça, ou dedicação, ou extroversão, ou introversão, ou um sorriso maravilhoso. Você tem, sim, todas essas coisas, beleza inteligência senso de humor sensibilidade sabedoria calor carinho honra percepção tato Graça dedicação extroversão introversão um sorriso maravilhoso, e muito muito mais, de modo que isso já bastaria para eu ver você e sentir meu coração bater mais forte. Mas o que faz meu coração parar de bater quando eu te vejo, o que faz eu perder o controle e fazer coisas ridículas, o que faz eu ser patético e estereotípico, o que faz eu me reconhecer em todas as canções de amor inclusive as sertanejas, o que faz eu chorar por horas seguidas e às vezes por dias inteiros sem parar pensando em você, o que faz eu ter certeza de que poderia te esperar até completar cem anos e ter problemas de saúde demais para viver uma grande paixão, o que fez eu deixar de me importar com o que qualquer pessoa do mundo pensa, o que me fez parar de escrever em cada prova que eu fiz no vestibular pra pensar em você, o que me fez me desconcentrar por duas vezes ao te ver do palco me assistindo, o que faz eu escrever essa declaração boba e cheia de clichês, o que faz eu conseguir rir diante da maior das dores, o que faz eu saber quem eu sou depois de horas sentindo sua falta esmagando meus pulmões, o que faz eu saber que existe uma possibilidade de felicidade, o que faz eu saber que a vida pode ser como a gente sempre sonhou, o que faz eu acreditar em todas as bobagens que vêm me falando sobre o amor desde que eu nasci, o que faz eu ter vontade de chorar vendo os piores filmes comerciais, o que faz eu quase acreditar no destino e no sobrenatural, o que faz ser mais importante eu guardar e expressar esse amor do que viver ou estudar ou ser o que quer que seja que um dia eu quis ser, o que faz eu entender e aceitar que por você eu desistiria das artes cênicas e de Campinas e do que quer que eu precisasse desistir, o que faz eu querer te ver só pra sofrer mais um pouquinho é que você é você. “O que adoro em ti lastima-me e consola-me/ O que eu adoro em ti é a vida”. O melhor dia da minha vida eu passei com você, a melhor noite da minha vida eu passei com você, o melhor momento da minha vida eu passei com você, o melhor abraço da minha vida foi seu e o melhor sonho da minha vida foi com você, e a você eu dediquei meu pior pesadelo e meu pior dia e minha pior noite, tudo o que já houve de bom e ruim em mim. E quando eu digo isso – que não é senão um fragmento insignificante do que eu gostaria de saber dizer – as pessoas me dizem que eu estou vendo as coisas errado. E só queria que você entendesse que é mentira, que eu vejo certo, que é isso mesmo... você é, me amando ou não, minha única salvação, e o mais próximo de Deus que eu jamais chegarei.

P.S.: É como disse um grande poeta... Não lembro se foi Pessoa ou talvez Bocage... :
Tenho um coração com buraquinhos,
e não posso me curar;
se estás morrendo aos pouquinhos,
com cada dor se morre mais.

13.7.06

Reencontrar

Oi!
Ei: Oi!
Tudo bem com você?
Eu, aqui!
Olha pra mim
Quero conversar, estou com saudade
Não vai embora não...
Olha... já faz tanto tempo que a gente não.
Você está me ouvindo?
Estou aqui!
Já faz tanto tempo... se lembra?
Olha. Sou eu aqui, não lembra de mim?
Sou eu. Mesmo!
Você está brava comigo?
Não fica.
Estou com tanta saudade. Faz tanto tempo.
Olha pra mim, por favor!
Aqui! Isso!
Não...
Não lembra de mim?
Sou eu mesmo.
Estou um pouco diferente, mudei. Mas não tanto...
Sou eu mesmo, olha! Vem aqui, me dá um abraço.
Por favor, fala comigo! Eu fiz alguma coisa?
Se fiz, me desculpa
Não lembra tudo que a gente?
Lembra?
Estou com tanta saudade.
E faz tanto tempo.
Olha pra mim!
Não lembra?
Sou eu, você me conhece. Você gosta de mim.
Eu gosto de você! E estava com tanta saudade...
Faz muito tempo, não é?
Você está mudada, mas eu te reconheci!
Gosto tanto de você, meu deus.
Olha pra mim, vai?
Vamos conversar, faz tanto tempo.
Quero te contar tanta coisa
Quero falar sobre tudo, como fazíamos, lembra?
Era tão gostoso...
A gente ria, chorava... não se lembra?
Por favor...
Que silêncio!
Até parece que.
Eu sei que é você, você sabe que sou eu.
Não faça isso, vem cá. Tanto tempo!
Vem cá, vamos lembrar tudo, vamos sair, fazer qualquer coisa.
Vamos... por favor.
Faz tempo tempo e eu.
Por que não olha pra mim? Até parece que.
Vamos dançar, vai...
Dançar... eu ainda não sei dançar!
Por favor... Não lembra?
Nós.
Tudo bem, talvez.
Olha, se você preferir.
Vamos nos conhecer de novo, faz tanto tempo!
Vamos...
Olha: vamos fazer assim: não nos conhecemos, eu aceito!
Vamos sair, nos ver. Gosto tanto de
Estou aqui, quer saber meu nome?
Eu digo, me apresento! Que tal?
Me apresento... Olha pra mim, não faz assim.
Olha pra mim, por favor, me diz qualquer coisa.
Eu desapareço depois se você quiser.
A gente era tão.
Faz tanto tempo.
Deixa eu ver que você ainda.
Olha pra mim... fala qualquer coisa.
Faz tanto tempo...
Tanto tempo...
Onde você?
Onde está...
Não quer mesmo?
Estou aqui... sou eu mesmo. Eu! Lembra? Era tão...
Eu gosto muito de você, viu.
Vou dizer meu telefone, aí você me liga, tá bom?
Queria te ver...
Queria te.
Vou esperar então.
Vou esperar, viu?
Foi bom te ver.
Fazia tanto.
Foi bom.
Vou esperar!
Estava com saudades!
Vamos nos.
Vou esperar.
Você não...
Tchau!
Foi bom, viu!
Até...
Não quer...?
Até...
...
...
...

11.7.06

Compreensão Súbita de uma Perda Iminente

Se você for embora eu vou apenas pensar: que droga. E vou continuar a fazer todas as coisas vazia que fazia antes e durante você. Mas eu nem acabei de te conhecer..!

Então eu não quero que você vá embora

sem

mim

...

9.7.06

O Narrador me disse que eu, Leitor, terminei de ler Se Um Viajante Numa Noite De Inverno, de Ítalo Calvino

É como se por algum motivo escrever parecesse-me interessante agora. Escrever, desenhar, compor, é de uma forma geral um jogo de esconde. O Leitor, lê e encontra o que foi escondido pelo Autor - ou, ao menos, percebe de relance, como um único odor que num instante é percebido individualmente em meio ao cheiro genérico das coisas. O Autor é movido pela vontade de ver seu segredo transmitido e percebido pelo Leitor; não importa se seu segredo seja de ordem pragmática, isto é, a divulgação de uma notícia desconhecida em parte ou por completo do Leitor ou de ordem artística, neste caso, o Autor esconde em seu texto algum aspecto presente no pool existencial da humanidade, que, portanto, está presente mais ou menos influente e perceptível na visão de mundo dos seres humanos - potenciais Leitores seus. O Autor tem como objetivo neste último caso, fazer com que o Leitor, decodificando e percebendo tal tema no texto escrito, executado, desenhado ou cozinhado, distíngüa-o e perceba-o isoladamente por alguns instantes.
É sabido que ambas as motivações do Autor freqüentemente se encontram juntas, compondo uma obra tanto de interesse político, social, econômico ou científico quanto de oferecimento de cultura no sentido antropológico e diálogo filosófico. De qualquer forma, um texto doutrinador ou ao menos sugestivo de uma visão de mundo.
O Leitor, então, em sua memória ou figura representativa do mundo nomeia, dimensiona, esclarece os pontos divulgados através do texto (ou mesmo as intenções mais ou menos claras do Autor com seu texto), a partir daí relacionando-o com todas as outras experiências de vida - e com as outras leituras, novamente: de obra escrita, executada, desenhada ou cozinhada, quiçá fritada e salgada - e/ou aguarda mais clareza de outros tópicos da Existência para compor um emaranhado de relações e leituras.
E assim o mundo continua.

2.7.06

Algumas frases aleatórias e confissões

α. Ontem eu escorreguei de novo no chão da sala, mas dessa vez caí com tudo no chão. Doeu.

β. O caráter tético é o correlato noemático do ato-qualidade.

γ. Eu poderia passar minhas férias todas lendo, mas não queria.

δ. A emoção é a transformação da consciência a um nível inferior devido à incapacidade ou impossibilidade de lidar com o nível superior, transformando o mundo de um universo determinista a um universo mágico, segundo Sartre.

ε. Nietzsche diz que deveríamos considerar perdidos os dias em que não dançamos ao menos uma vez.

ζ. Ser ateu não significa não ter esperança, viu Bernadete?

η. A Marilene disse que eu devia investir na minha escritura, mas eu já não gosto de nada que eu escrevo: será que eu perdi o dom da literatura ou nunca o tive?

θ. Blanche DuBois: I have always depended on the kindness of strangers. (Um Bonde Chamado Desejo)

ι. Será que a doença realmente não é uma metáfora pra podridão de tudo?

κ. Freqüentemente me imagino morrendo e indo para o céu enfrentar Deus que me quer condenar ao inferno (às vezes venço, às vezes perco).

λ. Prohasar man opre pirend, sa muro djiben semas opre chengende. – Provérbio cigano.

μ. Urnas funerárias custam muito caro – quando eu morrer, joguem minhas cinzas na lata de lixo mais próxima.

ν. Minha mãe está me chamando para almoçar; espero não escorregar no caminho.

ξ. Sim, eu desejaria – e desejaria não desejar – que meus amigos não tivessem vida longe de mim.

ο. Tenho medo e vontade de ficar louco com tudo isso, a loucura me atrai de um modo quase sexual.

π. Quero ir para o Japão, alguém paga a minha passagem?

ρ. Há tempos que não lembro dos meus sonhos – talvez porque todos os meus sonhos na vida tenham sido frustrados.

σ. Ontem assisti a A Vila, mas ainda acho que eles existiam mesmo.

τ. Ser e ter são, talvez, igualmente importantes, se é que é possível ser.

υ. Eclesiastes: “Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus: tempo para nascer, e tempo para morrer; tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado; tempo para matar, e tempo para sarar; tempo para demolir, e tempo para construir; tempo para chorar, e tempo para rir; tempo para gemer, e tempo para dançar; tempo para atirar pedras, e tempo para ajuntá-las; tempo para dar abraços, e tempo para apartar-se. Tempo para procurar, e tempo para perder; tempo para guardar, e tempo para jogar fora; tempo para rasgar, e tempo para costurar; tempo para calar, e tempo para falar; tempo para amar, e tempo para odiar; tempo para a guerra, e tempo para a paz.”

φ. Às vezes acho que sou um filósofo...

χ. Ainda não caiu-me a ficha de que estou na faculdade, quanto mais de que já cursei um oitavo dela.

ψ. Assisti só aos últimos cinco minutos do jogo, torcendo ao mesmo tempo pela vitória e pela derrota de nossa seleção – “nossa”? Quem me deu a seleção? Acho que a seleção é deles...

ω. “Esquecer para ter passado, mentir para ter destino”, é assim que sigo vivendo.