11.7.06

Compreensão Súbita de uma Perda Iminente

Se você for embora eu vou apenas pensar: que droga. E vou continuar a fazer todas as coisas vazia que fazia antes e durante você. Mas eu nem acabei de te conhecer..!

Então eu não quero que você vá embora

sem

mim

...

8 Comentários:

Blogger Artur disse...

Desculpe usar esse seu post para fazer um comentário formalístico, mas é que ele me fez pensar exatamente na mesma coisa que eu pensei ontem quando acabei "Do amor e outros demônios" (ok, não TODAS as coisas que pensei na ocasião, só uma delas).

Acho que um texto (e talvez outras coisas também, mas estou pensando num texto) tem três dimensões. Que nem um daqueles negócios cartesianos x-y-z (como você chama quando tem 3? Não pode ser 'plano'...). Há o eixo do tamanho, o eixo da complexidade e o eixo da profundidade. A poesia tem a capacidade de ter pequeno o primeiro eixo e grande os dois outros, principalmente o último. Mas acho que a prosa, quando bem feita, consegue ainda mais: ter pequenos os dois primeiros e enorme o último. É difícil, mas é possível... não acham?

Enfim, foi isso que eu pensei ontem e agora quando li seu post. Mas só depois de sentir algo no peito... Sem querer ser brega, mesmo! É que a gente sente as coisas no peito, de verdade, né? Não sei se é mesmo no coração ou se é mais no pulmão, mas que sente, sente... né?

12/7/06 12:42  
Blogger Ozzer Seimsisk disse...

é verdade, Artur, os textos têm mesmo esses três tamanhos... obrigado por... entender o que escrevi, eu acho.
E realmente a gente sente coisas no peito. Acho que é ao mesmo tempo do peito e na barriga que ficam os sentimentos, sei lá, a gente sente coisas no diafragma...

12/7/06 14:29  
Blogger yuribt disse...

É em tudo isso. A minha de agora, por exemplo: não a sinto no diafragma, mas ela se materializa num novo diafragma que demora pra afrouxar e incomoda até se moldar no meu corpo e ficar aqui dentro me incomodando só esporadicamente ou me abandonar quando eu vomitar, expirar ou suspirar.
Marina, se o eu-lírico não quer que o você-objeto-interlocutor vá embora, como ele (o eu-lírico) pode apenas pensar "que droga"?

12/7/06 16:19  
Blogger Ozzer Seimsisk disse...

Porque, Yuri, o sentimento que se sente por alguém que ainda não se acabou de conhecer é mais um desejo de amar que um amor. Por que então esse desejo incomoda, quando insatisfeito, e desanima, mas não dói daquela forma lacerante que dói quando tudo já está profundamente interiorizado.

Sabe, existe gente que, se se afastar (mais) eu não vou pensar nada, porque parece normal. Mas vai doer. Existe gente que vai fazer falta, mas uma falta que não dói tanto, mas incomoda porque se houvesse havido mais tempo, poderia ter doído muito mais.

Acho que eu fico sem sentido quando tento explicar o que digo. Você sempre faz questão de incompreender.

13/7/06 14:55  
Blogger Ozzer Seimsisk disse...

além do mais, eu não sei muito bem o que fazer. Pela lógica, as coisas sempre acabam sendo assim... Não se pude ter tudo.

Nem todos.

13/7/06 14:56  
Blogger yuribt disse...

Eu tenho essa mania chata...

Mas olha: se a gente for amar só quem a gente terminou de conhecer, ninguém nunca vai amar ninguém, nem nada.

13/7/06 20:41  
Blogger Artur disse...

Acho que o que ela quis dizer é um pouco o contrário, Yuri...

14/7/06 14:18  
Blogger Ozzer Seimsisk disse...

ai que saco para de implicar coma forma que eu digo as coisas!

não foi isso que eu quis dizer com "acabar de conhecer". Se você quiser entender assim, foda-se. Mas se você quiser entender do jeito certo, eu tenho certeza de que você consegue.

...

desculpe pela raiva, mas é que realmente me incomoda, entende?
com "acabar de conhecer" eu quis dizer... ter uma relação sólida, ao menos como sentimento, realmente interiorizar essa pessoa, não precisar de intermediários para continuar com ela... algo assim. Talvez você não sinta isso, não sei. Mas as relações se constroem aos poucos, até estarem completas. Depois disso, elas podem mudar e até ruir, mas não desaparecem. Relações incompletas desaparecem. Não completamente, mas... perdem a importância... viram indiferença... e desconhecimento...

15/7/06 22:57  

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