30.4.06

MSTC

QUEM NÃO LUTAR
TÁ MORTO!


Sonhos coletivos.


E vejam Dia de Festa, filme de Toni Ventura.

Contigo não fico nem devo ficar

Vou-me embora.


Zoar em pé de igualdade!

Tomar Tubaína.
Amar as gentes.
E viver num mundo mais real.


Sem medo. A diferença é saudável e deliciosa.

Que saudade!...

22.4.06

talvez seja fácil para algumas pessoas dizer que as coisas têm sentido e que não é simplesmente o acaso inelutável...

talvez seja fácil para algumas pessoas dizer que nossa liberdade supera tudo e que nossos esforços adiantam...

talvez seja fácil para algumas pessoas dizer que a felicidade existe e que nossas vidas não têm de ser só dor e vazio...

... mas pra mim não.
e eu sei como vou morrer.
Eu, teórico de merda, vou ler que é melhor.

Diz-que.

Dizem que as freiras são santas.
Não são.
São penitentes.

Dizem que eu devia ir pro Inferno.
Não devia.
Não devia.

Dizem que eu devo corar.
Devo não.
Ficar com mais vergonha?

Dizem que o milho verde é salgado.
Não é não.
É doce.

Dizem que nada faz sentido.
Tá errado.
O sentido tá na cara.

Dizem que eu devia relaxar.
Não devia.
Tem nada pronto ainda.

Dizem gente velha não faz revolução.
Faz sim.
De um outro jeito.

Dizem que beijo nos lábios só com aliança no dedo.
Não é assim.
Todo mundo sabe.

Dizem que não.
Está certo.
Então não.

Dizem que sim.
Mas será?
Melhor não.

Dizem que não dá.
E daí?
Depois não dá.

Dizem por favor.
Não é favor
O ganha pão.

Dizem que vai chover.
Levar guarda-chuva.
(Vai que chove!)

Dizem que é feio.
A gente acredita.
E tenta fazer bonito.

Dizem que é de verdade.
Então tá.
É.

Dizem que eu fui estúpido.
E dá dor de cabeça
Esconder a cara de vergonha.

21.4.06

A vida

que difícil...

15.4.06

Às vezes me vêm à cabeça a extrema presunção de crer – aliás, crer não, pois não costuma passar à consciência essa atitude, se expressando apenas por algumas falas oblíquas – digamos, então, de agir, de agir como se eu tivesse exclusividade sobre o sofrimento, algo como um copyright da dor, propriedade intelectual sobre a angústia de viver, e olho para as aflições dos outros como meras frescuras se comparadas à minha maior, mais profunda e mais justificada agonia, essa sim absoluta e verdadeira, inquestionável; então penso coisas como “você (ele/ela) não sabe o que é padecer” e “bobagem, você (ele/ela) não tem de que reclamar”, numa pose que, eu sei, é extremamente arrogante e idiota, pois quem sou eu para querer avaliar o desgosto alheio; apenas meio-percebendo essa minha falha, assumo então uma postura irônica, sarcástica, assumindo (ou parecendo assumir) o defeito sem abrir mão de fazer o comentário presunçoso: a realidade é, acho, que estou me tornando uma pessoa amarga...

(podemos chamar esse texto de Soberba e iniciar uma série de posts com os pecados capitais como tema... ou não.)

14.4.06

só uma pergunta para Você

que não eu já entendi.
Responde-me só isso:
Por que não?

E nomeando sua resposta de x,
responde-me: por que x?

E nomeando essa resposta y
diz mais este por quê.

E assim por diante.

E se a resposta final não for por acaso eu admito que estou errado e que existe felicidade e nós podemos, sim, fazer nossas próprias vidas.

Saiba que por acaso não é resposta.

A culpa é, sim, sua, também.

(e mesmo assim eu continuo te querendo...)

13.4.06

Autilinha.
Como pode fazer isso, Autilinha?
Te amo, minha vó.
O Silva... Te ama, minha vó.
Meu pai te ama.
Uma morte sem fantasmas.
Nenhum fantasma vem me assombrar.
Que saudade esfumaçada.
Ainda pinta os lábios, pinta o rosto.
E ri.
E diz palavrões, minha vó.
E nos gosta.
Fica em paz, meu pai.
Chora mesmo.
Também eu quero chorar.
Não foi nada. Nem Deus. Nem você.
Acalma.
Entristece.
Leoni! Adeus, minha vó.
Viveste bem.
E riste.
Adeus.
Não que nós teremos de deixar de ser amigos, mas é bom ir avisando que inevitavelmente vai diminuir a freqüência de minhas vindas pra São Paulo, de modo que logo logo seremos apenas aqueles antigos amigos que se vêm superficialmente, por educação.

Acabou nossa história juntos, pessoal.
Passar bem. Boa vida.

7.4.06

Sobre a felicidade

No fim, nem é tão surpreendente assim, certamente eu já esperava isso há muito tempo, apesar de sempre empurrar para longe a idéia; no fim, nem é tão terrível assim, e ao mesmo tempo é. Mas faz todo o sentido do mundo.

Um santo mudaria seus atos se soubesse que não há paraíso?
Um comunista pisaria no proletariado se soubesse que não há utopia?
Um asceta se entregaria ao samsara se soubesse que não há nirvana?
Um artista desistiria de seu ofício se soubesse que não há beleza?

Eis a verdade: não existe felicidade.

Então vamos investigar: o que seria a felicidade?

Felicidade tem a ver, sem dúvida, com satisfação. Estar satisfeito, contente com a própria vida. Com o que da própria vida? Será a felicidade o que se sente/experimenta quando tudo está bem? Ora, seria então fácil demais provar sua inexistência, visto que jamais tudo estará bem. Ou quando tudo aquilo que importa está bem? Mas não nos importa a situação do mundo, a fome na África, a saúde de nossa mãe, a felicidade de nosso amigo depressivo? Isso não deve ser empecilho para nossa felicidade, ou seria difícil demais ser feliz.
Felicidade deve ser, então, algo meio egocêntrico: é, na verdade, quando eu estou bem. É a velha história do copo... Nunca estará cheio, mas enquanto estiver sendo preenchido estaremos felizes.

Mas o que preenche o copo?


O copo é preenchido pela realização de nossas exigências próprias, em termos de profissão, conhecimento, prazer, conforto etc. Mas o copo também tem, é claro (afinal, todos nós já vimos alguma vez na vida um copo), um fundo. Esse fundo é composto por certas coisas que não escolhemos exigir, mas sem as quais não podemos viver: seria a coisa mais próxima de nossa natureza, essência, nossa condição humana. Aí cada um entende como quiser quais são essas exigências inatas.

O que o Artur entende por exigências inatas?

Comer. Dormir. Certo nível de saúde. Descanso. Demais necessidades físicas. Amar.

Aí surge o obstáculo. Tudo isso, no fundo, se são necessidades que não escolhemos ter, não depende do Acaso? Então a felicidade vem e vai com o acaso... não tem constância ou sustância, e é perdida na menor distração.

Pode a felicidade ser função do acaso, simplesmente?

Não.
Ou seria apenas uma sensação momentânea (“Poxa, estou me sentindo feliz nesse segundo!...”). Mas para isso temos outras palavras – a.le.gre, con.ten.te, bem-hu.mo.ra.do etc.
A felicidade seria um estado de existência. Afinal, os filósofos, quando buscam a felicidade, não buscam bons momentos (prazer), mas sim algo durável, estável, garantível (pois esses filósofos não tentam encontrar uma fórmula para ser feliz?).

Se a felicidade não pode ser função do acaso e é, como fica a questão?

Como eu comecei: não existe felicidade.

E como fica o homem?

Essa é a questão.
O homem está, a todo momento, à procura da felicidade. Tudo o que escolhe fazer tem um objetivo. Todo objetivo encaixa-se num objetivo maior. E o objetivo final é sempre a felicidade. Assim o masoquista, o hedonista, o asceta, o religioso, o estudioso, o vagabundo, o trabalhador... o suicida – sim, também o suicida, que busca no momento de sua morte uma rápida mas absoluta felicidade (eu bem sei). Assim aquele que tenta provar que a felicidade não existe.

Ou seja, por mais que eu não acredite mais em felicidade, algo em mim continua crendo, e continua buscando-a.

Então eu devo me entregar a uma mentira?

Sim e não.
Devo ter a consciência de que não vou conseguir escapar da impossível busca. Mas devo também constantemente me relembrar da inexistência da felicidade, me treinar para não me deixar mergulhar completamente: respirar pela boca um ar diferente daquele que eu respiro pelo nariz. Separar os ares e não deixar que eles se misturem – pois o ar da verdade se perderá nessa solução.

Mas o que eu posso fazer?

Nada.
Não seremos felizes jamais (e mesmo quem diz já ter sido feliz só está caindo num erro de comunicação). Se todos os nossos atos são no sentido de alcançar a felicidade, todos os nossos atos são inúteis. Não adianta berrar, gritar, matar, morrer. Não há fuga, não há saída. Somos livres, absolutamente livres, mas isso não faz diferença. Estamos presos num mundo sem felicidade. Mais ainda, estamos presos numa mente que não aceita isso. Provavelmente, o melhor que se tem a fazer é viver o mais confortável e prazerosamente possível (que não se confunda isso com um hedonismo, pois não há a fé na felicidade por meio do prazer). Façamos o que nos dá pequenos momentos de alegria, pois estes são o máximo que podemos garantir pra nós mesmos. Talvez um dia vivamos um contentamento, uma satisfação maior – quem sabe encontremos o Amor, ou a Fortuna, o Êxito, ou até mesmo Deus. Então poderemos pensar que somos felizes.

Mas não se engane, meu querido, é tudo acaso. E vai embora.

4.4.06

Nem me dei conta

Quando foi que esse Abril chegou que eu nem vi?

3.4.06

A Doença

O pulso
Cadê meu pulso?


Vejam, vejam! A batalha patética de um homem contra sua doença.

Muita saúva e pouca saúde!


AR!

Não ouço... que foi? N' tem mais. Cabou.

Vai! VAI!

ARRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRGHHHHH!

Ai.. Ah!
Ah!
Aaaah.

Vush!

M...

1.4.06

Sabe, eu passei a semana inteira esperando pra vir pra cá e ver vocês - porque semana passada eu também passara-a inteira esperando pra vir pra cá e ver vocês e quando o fim de semana chegou eu vi vocês só um pouquinho - e quando eu venho a gente não pode se ver porque vocês já têm planos, e já é quase domingo, e domingo eu vou embora de volta pra lá.
Sabe, da próxima vez me avisem e eu não venho.