19.1.06

Medo grande de um vazio final
ou
Não posso esmagá-las, são incorpóreas

Com o rosto sempre voltado ao chão
Vejo passar fantasmas de formigas:
Trazem às costas cada uma um torrão,
Cada uma é, portanto, minha inimiga.

Às costas um torrão horrível trazem
Composto de um vazio que me amedronta:
Nos torrões mil ausências tuas jazem,
Que as formigas carregam em afronta.

Perdido em olhar seu caminho anão,
Não percebo que um pouco mais além
As formigas, com seu frio ectoplasma

Reúnem o vazio feito torrão
Num castelo de distância e desdém:
Tua Ausência, onde habitam meus fantasmas.

19/01/06

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