6.1.06

Samsara, experimento com Ghazal
ou
Me perco na eterna lente do corpo

1. Eu miro, infinitamente, teu corpo:
Me perco na eterna lente do corpo.
2. Te vejo me provocando em tua dança;
Pergunto: será que mente teu corpo?
3. Te afastas quando procuro teu nome,
Afastas, por mais que eu tente, teu corpo!
4. (Te vejo e tua beleza me mata –
Teu corpo, ai de mim, não sente meu corpo)
5. Tua alma de anjo é pura, incorpórea
Por mais que um centauro invente teu corpo...

06/01/06

1 Comentários:

Blogger Artur disse...

Bem, queria falar sobre Samsara, que é um conceito hindu (embora eu não fale hindumente, mas do meu próprio jeito e entendimento). Então procurei uma forma que correspondesse a isso, e encontrei o Ghazal. É uma antiga forma persa de poesia, mas que foi levado à Índia a partir do século XII e se espalhou bastante por lá...

Ghazal = coleção de Sher's que segue as regras de Matla, Maqta, Beher, Kaafiyaa e Radif.

Sher = poema de 2 versos. Cada Sher de um Ghazal é independente, um poema em si.

Beher = métrica/tamanho. Todos os versos de todos os Sher's devem ter o mesmo Beher.

Radif = palavra repetida ao fim do segundo verso de todos os Sher's.

Kaafiyaa = padrão de rimas que toda palavra imediatamente anterior ao Radif deve seguir.

Matla = o primeiro Sher do Ghazal, que deve ter Radif em ambos os versos.

Maqta = último Sher do Ghazal, em que o Shayar (poeta) apresenta seu takhallus (pseudônimo), seja em primeira pessoa, falando consigo mesmo ou usando o significado deste takhallus.

6/1/06 18:46  

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