1.3.06

primeira ação de minha vida

(AVISO exclusivamente para VOCÊ – aliás, não era pra esse aviso existir, porque era pra eu ter falado isso pessoalmente hoje ou ontem, mas você não falou comigo [e vou falar disso mais pra frente] e tive que fazer aqui mesmo, rapidamente –: o que eu escreverei aqui serão muitas vezes coisas que eu não sei se tenho o direito de te contar, de te falar. Se quiser ler, fico contente. Se quiser ler e comentar, mais ainda. Se não quiser ler, entendo.)

e então eu te contei...
simplesmente – ou nem tanto, já que tinha passado o dia inteiro criando coragem para tal – te contei...



uff.


1) Você diz que eu sei o que você vai falar.

Sim, eu sei, mesmo... eu já esperava por isso há tempos e tempos... mas sempre há alguma esperança, não é?

Não, essa esperança não acabou. Não acaba enquanto eu estiver apaixonado por você. Mas é como se fosse um fiapo que ficou mais fino e frágil depois desse golpe...

2) Você diz que me admirava e que me admira mais pela minha coragem.

Não entendo, mesmo. Por que admirar quem eu era? Alguém sozinho, que não consegue dar rumo a sua própria vida, perdido totalmente na vida, que não sabe se relacionar direito com as outras pessoas, egocêntrico, antipático, anti-social.
Por que admirar minha “coragem”? Foi coragem que me fez te contar? Ou desespero? Ou simplesmente idiotice?

De qualquer modo, a admiração me parece um distanciamento... não é um “eu te quero” e nem mesmo um “gosto de você”... é tão longe...

3) Em Campinas eu conhecerei muita gente etc.

Acho que não quero mais ir pra Campinas.

Mas não quero ficar: quero ficar em uma São Paulo inexistente, uma São Paulo em que eu possa te ter (do jeito que for).

E você me dá um abraço.

O melhor momento da minha vida.

* * *

Assim como esse de que falo foi o dia mais difícil de minha vida.
E o dia mais importante de minha vida.

E como logo depois de te contar eu conheceria os piores momentos de minha vida.

* * *

Do meu caderno, escrito na viagem:

e se agora eu te quero mais?
...
Como pode?
e Como posso agüentar?
...
Como você pode me ver sofrer? chorar?
...
Evitando meu olhar...
...
No que você está pensando?
...
Admiração?=distância?
...
Sem você
...
Você sente pena? Está preocupado? Compaixão?
...
olha pra mim... preciso do seu carinho
...
Preciso de você...
...
Você poderia gostar de mim... por que não?
...
Amo te ver cantando fora do tempo, amo seu sorriso infantil...
...
Queria uma chance...
...
O que eu posso fazer? Como posso te conquistar?
...
Por quê?
...
Você não TEM de me magoar...
Você não me QUER.
...
Eu realmente acho que não mereço isso... e, sabe?, eu tenho certeza de que eu poderia ser feliz com você e te fazer feliz. Algum dia você vai encontrar alguém tão
hopelessly devoted to you quanto eu? De certa forma, duvido. E o filme “Aladim” tem uma certa sabedoria: não se pode fazer alguém se apaixonar por você. Será? Ele conquista Jasmim só com uma canção. Posso te fazer uma canção. O tal grito de guerra foi para você. Quantos poemas eu não te fiz? Será que isso não te comove nem um pouco? Ver alguém cuja vida toda é você? Alguém que sem você não é nada? Agora eu fiz tudo o que poderia fazer... (?) Mesmo que seja inútil, vou ter que continuar tentando e continuar te esperando... indefinidamente. Acho que com isso vou sofrer mais, mas não dá pra jogar fora o último fio de esperança que eu tenho na vida. Te contei e já não tenho mais onde me esconder, também não quero mais me esconder, sei que você me vê te olhando, chorando, morrendo por dentro. Você está cuidando de mim? Tenho muito a te falar, mas não sei se tenho direito de falar essas coisas. E se eu te implorar? Adiantará? [e eu quero, como eu quero!, te implorar...] Você vai sofrer se me ver caído aos meus pés, me humilhando? E se eu confessar que eu acho que você é minha última chance de dar certo, de ser feliz? E quando você acorda e eu estou ali, lutando contra minhas pálpebras para poder te ver só mais um pouquinho? Eu tenho o direito de fazer isso? Acho que nos assuntos do amor e da paixão não se pode falar em direito, certo, errado. Mas eu poderia te pedir outro abraço? E, depois desse, outro, e para sempre? Você me nega seu carinho conscientemente? Vejo você abraçando tantas outras pessoas e não sinto ciúme – sinto inveja: não quero que deixe de abraçá-las, não vejo nelas o problema. Só quero você, também. E beijar teu dedo não foi exatamente o que eu sempre sonhei, mas foi um bom primeiro beijo – infelizmente, você dormia. Queria poder te abraçar e beijar a qualquer hora. Agora, só sinto que estou próximo de você quando você dorme, à noite. Quanta lágrima. Agora começo a ouvir um cd sobre amor, que peguei em seu case. Vou sempre te amar por meio de objetos? Um bicho, um cd, suas roupas, seu colchão? Um plástico de tampinha de refrigerante? Patético, admito. Você vê isso? Você vê que você me deixa idiota e babaca? E você diz que me admira (e disse que me admirava antes até de ter a tal da coragem – ou estupidez? – pra te contar)... você é cego, por acaso? Como admirar alguém tão baixo, sem sentido, perdido, imóvel, impossível? Mas você bem que poderia me amar...
...
Vou continuar chorando por você. Gritando seu nome até naufragar.

* * *

De fato acho que é isso que me resta. Continuar te querendo, mesmo que à distância. Cada vez mais, e mais, e mais...

São tantas as coisas que eu não tenho direito de falar pra você. Outra delas: Que eu ficaria em São Paulo por você, desistiria da faculdade. Com certeza.

* * *

Ainda outra: ao te contar, realizei a primeira verdadeira ação de minha vida. Mas parece tanto ser a última... fiz TUDO o que podia fazer, acho (pois ainda não consigo saber COMO te conquistar). Agora estou paralizado. Como que morto sem lembrar de, de fato, morrer. Sem liberdade, sem ação, sem escolha. À mercê do acaso puro. Não tenho nem mais a possibilidade de me matar (não interessa o por quê, é uma longa história, importa que não tenho e pronto). Isso não é estar vivo.

Pra onde vai minha vida?

Acho que serei sempre infeliz...

Ainda te vejo como a última pessoa que poderia me salvar. Como se o mar me arrastasse cada vez mais pro fundo, e agora estou tão longe... só você ainda pode ouvir minha voz desesperada. Mas você não quer vir aqui me buscar. Por isso não posso desistir de você, porque disso depende minha vida. Continuarei apaixonado por você até naufragar.

* * *

Agora me sinto idiota.

Sabe, você me tratou muito bem durante todos esses dias, e antes também.

Mas hoje...

Ontem pedi pra falar com você. Você pediu pra que fosse depois. Tudo bem, entendo. Mas então você foi dormir.
E hoje você não veio falar comigo. Até o fim.

A palavra que vem à cabeça é: idiota.

Me sinto idiota por ter acreditado que você realmente viria falar comigo.
Tenho uma vontadezinha de te chamar de idiota, também. Perdão.

E não sei se estou com raiva de mim ou de você...

* * *

No fim, continuarão...
Os poemas, quem sabe.
As tristezas, certamente.
As alegrias, espero.

Te quero, te adoro. Você é o máximo.
Te espero.

8 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

artur, isso é só uma faze passageira do tempo, é normal, todos ja sentimos isso... com o tempo melhora(ou piora) mas o melhor é tentar esquecer... a faculdade será uma nova fase de sua vida e trará novas amizades, novos amores para amar, novas pessoas para chorar. Derramar o próprio leito dói, mas todos já passamos por isso ou iremos passar, sabe muito bem disso.
Sei que parece bobagem mas palavras amigas nunca sao em vao. embora nao saiba de quem fale, ou saiba e nao queira dizer, espero que você vá e fique feliz por lá, arranje novos amigos e faça novos amores...

2/3/06 21:46  
Blogger Ozzer Seimsisk disse...

Pára de esperar, está me dando aflição! Vai fazer alguma coisa da vida, vai!

Ass.: Mali, desistindo de todas as amabilidades.

2/3/06 22:04  
Blogger Ozzer Seimsisk disse...

(e vc me mandou 11 mensagens...!)

2/3/06 22:05  
Anonymous Anônimo disse...

Te admirava antes pela quantidade de conhecimento e sabedoria que você condensa dentro de si. E pelo sentimento que extravasa de seu corpo com um olhar. Te admiro agora pois pode ser idiotice, mas até mesmo a idiotice precisa de coragem para ser realizada. Você DEU o seu passo. Não poderia ter feito melhor... E a admiração... ela afasta mesmo. Mas admirar não impede de gostar.

Você quer ir pra Campinas... um de seus sonhos está lá. E se o outro fica em São Paulo? Às vezes é preciso escolher. Entre algo que se pode ter, e algo que não se pode ter? Escolha o que você pode alcançar. É uma de suas felicidades. Outras virão desta. Mesmo que você não acredite...

Te vejo sofrer. Te vejo chorar. E não faço nada a respeito, pois se fizer, no final você sairia ainda mais machucado. Não quero alimentar sua esperança, não vejo futuro nela. Meu coração tem dono, e não é você. Desculpe a rudez..

Eu poderia gostar de você... mas não aconteceu. Eu gosto de você como amigo. Apenas amigo. Não quero nada mais e nem vou querer. Você precisa entender que não deu certo.. como não deu certo comigo também, talvez até agora. Talvez não dê certo de novo. Mas eu segui em frente e sei que você pode seguir também, talvez melhor do que eu. Só precisa ter força.

Tudo o que você disse eu já tive certeza. Que eu nunca mais seria feliz. Que minha vida não tinha mais sentido. Chorei por meses e meses até secar. E quando percebi, meus amigos tinham me colocado de novo de pé e eu estava andando novamente.

Abre os olhos. Tem muitos amigos em volta que querem te ajudar. Eu sou um deles. Se levanta, vai.. o tempo não para...

"eu"

2/3/06 23:10  
Blogger Artur disse...

eu ouço tudo o que dizem. Mas vocês sabem que não adianta. E não adiantará. Nunca.

3/3/06 19:54  
Blogger Artur disse...

(inclusive e principalmente as tuas palavras. Continuo te querendo, te adorando, te esperando, e continuarei. Não digo que pra sempre, mas por muito tempo... isso é certeza.)

3/3/06 19:55  
Blogger Artur disse...

((e eu não vou acreditar no "e nem vou querer". Foda-se isso.))

3/3/06 19:56  
Blogger Artur disse...

(((e dizer que eu tenho sabedoria é uma grande bobagem.)))

3/3/06 20:10  

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