Se não fosse a aurora, jamais se poderia perceber o tempo passando de madrugada
Somos difíceis e dificílimos, difíceis e injulgáveis.
E quando eu tento olhar sem as lentes da razão, aceitando nossa miopia natural, me parece que estamos ainda mais errados do que o que eu pensava.
E ao longo dos séculos, a humanidade se tornou ácida, sarcástica, irônica, impossível.
E o outono é a época em que os pássaros mudam de cor e caem das árvores.
E, não importam quantas janelas estejam abertas, o ar do lado de fora ainda é mais puro.
E tudo podia ser tão simples!
E teus olhos brilham, me lembrando que são molhados como os meus. Que por dentro somos todos líquidos.
E nanotubos de carbono podem ser tóxicos.
E eu aprendi a viver com vocês apenas três meses antes de termos de nos separar.
E a água aceita viver nos lugares mais baixos, os quais todos desdenhamos.
E o desejo é tudo o que importa, é a única salvação, só ele é sublime e verdadeiro.
E “sim” é a mais bela palavra de todas, e “não” é só mais uma forma de “sim”.
E lutar com palavras é a luta mais vã.
E eles passarão, eu passarinho.
E não é preciso saber o que é amizade durante uma formatura.
E te adorar tanto assim dói, mas vale a pena.
E o homem é o ser pelo qual o nada vem ao mundo.
E músculo e carne são a mesma coisa.
E a chuva proporciona um fenômeno óptico que muda nossa visão da vida.
E na cama, quando o sono vem, eu falo coisas sem sentido e as esqueço no momento seguinte, mas penso em você mais lucidamente do que em qualquer outro momento.
E às vezes o tempo passa gostoso, como o metrô, fazendo barulho e criando um vento abissal.
E, na verdade, as águas só passam se as fazemos passar, principalmente as mais geladas.
E sabão em pó jamais será sabão de verdade.
E a tortura pode fazer alguém cuspir verdades, mas cócegas só criam mentiras.
E balões de festa podem se assemelhar a espermatozóides raivosos.
E um mês faz muita diferença. Junho.
E uma maçã não é apenas uma maçã, ou não seria vermelha assim. Uma maçã verde é só uma maçã.
E é esquisito demais chamar alguém de ‘melhor amigo’. Talvez só os melhores amigos são amigos mesmo.
E o natal não significa nada.
E sábio é o bebê, que conhece as coisas com os lábios, a língua e os dentes.
E obrigações são sempre chatas.
E um céu nublado parece que pode me proteger dos espaços infinitos eternamente silenciosos e apavorantes.
E as pessoas que você mais admira podem se embebedar, e isso pode ser bom.
E o homem tem de ser completo.
E muitas coisas pra dizer às vezes podem ser uma coisa só. Uma coisa grávida, Marina.
E uma praia é uma praia é uma praia.
E os números primos têm a irritante mania de serem números feios.
E o absurdo pode nos resgatar de uma selva de ângulos retos, de paralelos e perpendiculares, de retas e curvas equacionáveis.
E pentear os cabelos é relativo.
E provavelmente você não vai morrer daqui a dez dias, Yuri, mas bem que poderia ser.
E as coisas não precisam ter duplo sentido para terem um sentido escondido.
E eu sei que homens têm pênis e mulheres têm vagina.
E a coisa mais linda num poema é o som inerte, o flatu vocis, uma música mais verdadeira do que o que se considera música.
E uma vida sem conflitos seria sem graça, mas os conflitos também não têm muita graça.
E a coisa mais maravilhosa da vida é a imperfeição de um indivíduo.
E a coisa mais maravilhosa da minha vida é a imperfeição tua.
E latim pode ser coisa de gente esnobe, mas falá-lo é como chupar uma bala de ouro.
E escrever certas palavras gera um orgasmo manual sutil e suspiroso.
E será sempre permitido inventar palavras, mas será sempre surpreendente descobrir que existe realmente a palavra “suspiroso”.
E uma rima vale mais do que um milhão de palavras.
E as palavras ‘desculpas’ e ‘perdão’ não fazem sentido para mim.
E eu sou bastante incompetente, principalmente no que diz respeito a trabalhos manuais ou relações humanas. Principalmente no que diz respeito a ambos.
E despedaçar uma flor liberta uma espécie de néctar dentro de mim.
E ter é importantíssimo, mas ter de verdade é diferente de possuir. Ter é múltiplo, coletivo, polissêmico.
E alguns dos melhores prazeres são profundamente desconfortáveis.
E certos títulos são tão belos, que dá pena de ler o livro (“Fala comigo, doce como a chuva”).
E é tão gostoso assistir filmes de terror!, talvez porque ao menos esse medo não é tão paralisante.
E, quando lugares há muito esquecidos nos vêm à mente, são alegorias para setores internos a nós.
E uma metáfora são dois círculos meio sobrepostos, e uma metonímia são dois círculos meio fundidos.
E jamais a humanidade se decidirá entre considerar Dom Quixote um louco inaceitável ou um sábio inadequado.
E falar “pombo” ou “pomba” não tem diferença na linguagem denotativa, mas sexualmente são coisas opostas.
E eu não troco uma tarde agradável por um enorme conhecimento.
E que agradáveis as tardes em que eu te tenho comigo!
E se algo no mundo é mágico, esse algo é a possibilidade de modificar uma leitura acrescentando apenas um acento grave à letra a.
E a minha covardia não é do tipo que torne interessante ficar exausto andando numa estrada de tijolos amarelos só pra chegar numa cidade de esmeraldas.
E Alice No País Das Maravilhas é uma lição de vida insubstituível, e quando Alice acorda no final ela, na verdade, provavelmente morreu. Em algum sentido, de todo jeito.
E (se meus sonhos são fonte confiável de auto-conhecimento) eu te amaria mesmo que você fosse um zumbi.
E quando eu tento olhar sem as lentes da razão, aceitando nossa miopia natural, me parece que estamos ainda mais errados do que o que eu pensava.
E ao longo dos séculos, a humanidade se tornou ácida, sarcástica, irônica, impossível.
E o outono é a época em que os pássaros mudam de cor e caem das árvores.
E, não importam quantas janelas estejam abertas, o ar do lado de fora ainda é mais puro.
E tudo podia ser tão simples!
E teus olhos brilham, me lembrando que são molhados como os meus. Que por dentro somos todos líquidos.
E nanotubos de carbono podem ser tóxicos.
E eu aprendi a viver com vocês apenas três meses antes de termos de nos separar.
E a água aceita viver nos lugares mais baixos, os quais todos desdenhamos.
E o desejo é tudo o que importa, é a única salvação, só ele é sublime e verdadeiro.
E “sim” é a mais bela palavra de todas, e “não” é só mais uma forma de “sim”.
E lutar com palavras é a luta mais vã.
E eles passarão, eu passarinho.
E não é preciso saber o que é amizade durante uma formatura.
E te adorar tanto assim dói, mas vale a pena.
E o homem é o ser pelo qual o nada vem ao mundo.
E músculo e carne são a mesma coisa.
E a chuva proporciona um fenômeno óptico que muda nossa visão da vida.
E na cama, quando o sono vem, eu falo coisas sem sentido e as esqueço no momento seguinte, mas penso em você mais lucidamente do que em qualquer outro momento.
E às vezes o tempo passa gostoso, como o metrô, fazendo barulho e criando um vento abissal.
E, na verdade, as águas só passam se as fazemos passar, principalmente as mais geladas.
E sabão em pó jamais será sabão de verdade.
E a tortura pode fazer alguém cuspir verdades, mas cócegas só criam mentiras.
E balões de festa podem se assemelhar a espermatozóides raivosos.
E um mês faz muita diferença. Junho.
E uma maçã não é apenas uma maçã, ou não seria vermelha assim. Uma maçã verde é só uma maçã.
E é esquisito demais chamar alguém de ‘melhor amigo’. Talvez só os melhores amigos são amigos mesmo.
E o natal não significa nada.
E sábio é o bebê, que conhece as coisas com os lábios, a língua e os dentes.
E obrigações são sempre chatas.
E um céu nublado parece que pode me proteger dos espaços infinitos eternamente silenciosos e apavorantes.
E as pessoas que você mais admira podem se embebedar, e isso pode ser bom.
E o homem tem de ser completo.
E muitas coisas pra dizer às vezes podem ser uma coisa só. Uma coisa grávida, Marina.
E uma praia é uma praia é uma praia.
E os números primos têm a irritante mania de serem números feios.
E o absurdo pode nos resgatar de uma selva de ângulos retos, de paralelos e perpendiculares, de retas e curvas equacionáveis.
E pentear os cabelos é relativo.
E provavelmente você não vai morrer daqui a dez dias, Yuri, mas bem que poderia ser.
E as coisas não precisam ter duplo sentido para terem um sentido escondido.
E eu sei que homens têm pênis e mulheres têm vagina.
E a coisa mais linda num poema é o som inerte, o flatu vocis, uma música mais verdadeira do que o que se considera música.
E uma vida sem conflitos seria sem graça, mas os conflitos também não têm muita graça.
E a coisa mais maravilhosa da vida é a imperfeição de um indivíduo.
E a coisa mais maravilhosa da minha vida é a imperfeição tua.
E latim pode ser coisa de gente esnobe, mas falá-lo é como chupar uma bala de ouro.
E escrever certas palavras gera um orgasmo manual sutil e suspiroso.
E será sempre permitido inventar palavras, mas será sempre surpreendente descobrir que existe realmente a palavra “suspiroso”.
E uma rima vale mais do que um milhão de palavras.
E as palavras ‘desculpas’ e ‘perdão’ não fazem sentido para mim.
E eu sou bastante incompetente, principalmente no que diz respeito a trabalhos manuais ou relações humanas. Principalmente no que diz respeito a ambos.
E despedaçar uma flor liberta uma espécie de néctar dentro de mim.
E ter é importantíssimo, mas ter de verdade é diferente de possuir. Ter é múltiplo, coletivo, polissêmico.
E alguns dos melhores prazeres são profundamente desconfortáveis.
E certos títulos são tão belos, que dá pena de ler o livro (“Fala comigo, doce como a chuva”).
E é tão gostoso assistir filmes de terror!, talvez porque ao menos esse medo não é tão paralisante.
E, quando lugares há muito esquecidos nos vêm à mente, são alegorias para setores internos a nós.
E uma metáfora são dois círculos meio sobrepostos, e uma metonímia são dois círculos meio fundidos.
E jamais a humanidade se decidirá entre considerar Dom Quixote um louco inaceitável ou um sábio inadequado.
E falar “pombo” ou “pomba” não tem diferença na linguagem denotativa, mas sexualmente são coisas opostas.
E eu não troco uma tarde agradável por um enorme conhecimento.
E que agradáveis as tardes em que eu te tenho comigo!
E se algo no mundo é mágico, esse algo é a possibilidade de modificar uma leitura acrescentando apenas um acento grave à letra a.
E a minha covardia não é do tipo que torne interessante ficar exausto andando numa estrada de tijolos amarelos só pra chegar numa cidade de esmeraldas.
E Alice No País Das Maravilhas é uma lição de vida insubstituível, e quando Alice acorda no final ela, na verdade, provavelmente morreu. Em algum sentido, de todo jeito.
E (se meus sonhos são fonte confiável de auto-conhecimento) eu te amaria mesmo que você fosse um zumbi.
4 Comentários:
*ggggggggggggggg*
eu acho que "ggg" não é um comentário válido ¬¬
Se esse amor for real; se ele for destinado ou visar uma pessoa, então essa pessoa devia saber. Saber é fundamental.
Amar às escondidas é mais seguro, acarreta menos preocupações, mas... é tão solitário. Vale a pena amar sem ser correspondido? Eu amo sem ser correspondido e muitos filósofos amaram (e amam) sem serem correspondidos, mas vale mesmo a pena? Não seria algo... inútil?
Não sei... Me sinto blasé... Me sinto como se não tivesse moral para falar...
Talvez devesse calar.
Desde quando o que determina a correspondência ou não de um amor é o fato de ele ser escondido ou público?
Reli meu post. Bonito...
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