18.8.06

Soneto de ódio no amor
ou
Soneto de fidelidade, também

Também, ao meu amor odiarei
Cortante, e por inteiro, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Raiva de igual tamanho guardarei.

No mais das vezes eu o ocultarei,
Iludido por amoroso espanto
De modo que somente riso e pranto
Por meu amor eu me permitirei.

Contudo vez em quando há de voltar
Alguma raiva, loucura invencível
Quem sabe o ódio, gêmeo que é do amor;

Direi, então, assim do meu amor:
Que seja, certamente, intransponível
Mas também possa eu te abominar.

18/08/06

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