19.8.06

Glosa a um poema da Marina
ou
Perdida jangada

Como se, na superfície do mar
Chamas me despertassem para a vida
Lambendo esta jangada que, perdida,
Sabe seu rumo, mas não seu lugar
Ou como se o fantasma dos meus sonos
Me despertasse para luas escuras
E escorressem dos sonhos amarguras
Gulas impuras, mêdos e abandonos
Seria assim, talvez, se tu gritasses
Ou se eu, por minha vez, nada dissesse
Arrancarias-me dos meus impasses
Eu nada sei do mundo, eu não o sinto
Mas talvez ao teu lado eu compreendesse
Pois já venceste -- a ti eu nunca minto.
(Marina)


Perdido em centrípeto vagar
Meu cego coração com seus impasses
(Seus gélidos, temíveis desenlaces)
Sabe seu rumo, mas não seu lugar.
Quisera libertar-se da clausura
Sonhara com o necessário instante
Em que tu com teus olhos cintilantes
O despertasse para luas escuras.
Embora para o mundo incurioso
Descubro um novo mundo em meu amar
(O mundo, verdadeiro e glorioso)
Se encostas teu calor sobre a ferida
Como se, na superfície do mar
Chamas me despertassem para a vida.

19/08/06

3 Comentários:

Blogger Ozzer Seimsisk disse...

acho que eu terminei meu poema de um jeito muito esquisito...

o seu ficou mais bonito... aproveitou melhor as minhas frases e imagens...

20/8/06 13:41  
Blogger Artur disse...

eu gostei mais do seu... achei que algumas coisas do meu ficaram meio deslocadas...

20/8/06 17:42  
Blogger Ozzer Seimsisk disse...

pois é, eu achei isso do meu... o seu pareceu bem mais coerente...

20/8/06 20:37  

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