1.5.06

Como eu poderia "ser melhor que isso" se eu sou isso?

Algumas pessoas parecem achar que eu invento tudo na minha cabeça, toda a dor, toda a solidão, e que seria só mudar de 'atitude' para encontrar a felicidade e o sentido da vida. Assim seria fácil, não? Acontece que é de verdade o que eu sinto.

É de verdade minha solidão, é de verdade minha falta de vontade de viver, é de verdade minha paixão por você, é de verdade minha dor por estar sempre tão longe das únicas pessoas que me alegram um pouco, é de verdade meu desgosto por odiar a faculdade que eu sei que é a que eu quero fazer, é de verdade minha vontade de me matar, são de verdade minha raiva e minha frustração, é de verdade o vazio que eu sinto e que não consigo extinguir por mais que eu tente.

Há alguns anos eu costumava falar com Deus antes de ir dormir, e pedir pra ele propiciar minha felicidade. Passou o tempo, eu deixei de acreditar nele, e se falava com ele era só pra xingar num momento de raiva extrema. Há mais ou menos um mês eu voltei a 'rezar' pra ele toda noite, mas o que eu peço agora é que ele permita que eu morra durante o sono e não precise acordar.

É também quase um sono ir pra São Paulo durante o fim de semana e ver vocês... mas mesmo isso já está perdendo a força: nos vemos uma vez ou duas, por pouquíssimo tempo, e o resto dos dias eu passo sozinho no meu quarto. Chorando.

Me parece que eu tenho três possibilidades: vir de vez pra Barão e esquecer vocês. Ir de vez praí e desistir da faculdade. Ou continuar como está.
Não consigo ver felicidade em nenhum dos caminhos.
Aí surge a quarta possibilidade. Algumas pessoas (até você...) já me disseram que eu tenho ou tive muita coragem, e blá blá, mas agora eu só queria ter coragem pra me matar.

Podem dizer que eu estou exagerando, que estou sendo adolescente, sei lá o quê.
Mas eu não tenho vontade de viver.

Desespero...

Chega, por favor. Chega.

6 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Não artur, já cheguei a solução, morrer não é o melhor caminho, pode contar com isso. Se você não se sente bem fazendo a faculdade, acha que não consegue mais , não dá, que se continuar assim vc se mata, sai daí. vem pra ca. Voce vai se sentir melhor, a felicidade aumenta, e vc se mata mais tarde. Aproveite a vida, ela é curta, e ninguém sabe se voce terá chance de viver de novo. Você tem amigos e pessoas que gostam de você, sei que ninguém ia ficar feliz em saber que você morreu. NINGUÉM. não há uma pessoa na terra. Todos iriamos chorar muito. mesmo. É esse meu caminho. Vivo porque os laços entre meus amigos são muito forte, pq tenho uma familia amada. O sol ainda está no céu, há cosias novas para se conhecer. POR FAVOR CARA, NÃO FAZ ALGO ASSIM. NÃO REZE PARA ACORDAR MORTO. NÃO SE SINTA ISOLADO DO MUNDO. HÁ PESSOAS QUE TE AMAM AQUI EM SÃO PAULO. Seus pais, irmãos, familiares, amigos... não tem muito o que falar. Você ganhou uma vida, ache algo utíl pra fazer com ela! "Se a 'vida' te dá um limão, faça uma limonada..." não sei se voce precisava dessas palavras, mas acho que eu precisava falar... desculpa; Abraço, Ugo

2/5/06 18:23  
Anonymous Anônimo disse...

Mas em campinas também.

A Ina falou de você na aula de hoje.

3/5/06 20:28  
Blogger Pioux's disse...

fla isso n tuti

te adoro muleke....

4/5/06 00:29  
Blogger Artur disse...

¬¬ pq a Ina falou de mim?

*stress com a faculdade*

4/5/06 19:06  
Blogger yuribt disse...

Era uma aula sobre cursinhos, com vários números e estatísticas.
Mas ela falou que depende muito do aluno: teve um aluno que estudou sozinho e passou em primeiro lugar em Filosofia.
Foi segundo, mas isso não importa.

4/5/06 19:12  
Blogger Ozzer Seimsisk disse...

Tut's.
Eu não posso mais te mandar cartas. Então vou mandar aqui mesmo.

Em janeiro deste ano (eu sei que você se lembra) eu estava feliz e você estava triste e com raiva. Eu fiquei com medo do seu desespero, e você me escreveu numa folha de caderno que "Sr. Black, na cozinha, com a chave inglesa."
E é estranho como isso não cortou o romantismo da sua carta. E a dor e tudo o mais. E tudo o que queria me comunicar. E na verdade, apesar das lágrimas, você estava feliz, mas era uma felicidade tola.
Uns dias depois você foi pra Sampa e eu fiquei, morrendo de medo, de aflição. Não conseguia acreditar mesmo que você ia conseguir resolver todas as suas pendências, mas e se você me enganasse e se matasse mesmo? Eu dissera que morreria outra vez por você, mas você me cortava essa possibilidade.
Mas entào houve um período de alegria, curto mas importante. Um período para secar os alicerces que você construíra no fim do ano passado. E enfim você acabou com aquilo que começara. Você se privou a sua última saída, você se atirou aos leões. Mas você não morreu.

Eu dissera que morreria por você outra vez. Mas quando eu percebi a minha impotência, quando você provou que não era realmente diferente, eu retirei o que disse. Eu não posso mais morrer por você. Você já deveria estar morto, segundo a velha lógica. Morto e ressurrecto.
Se você tentasse abandonar a velha vida, talvez... talvez eu pudesse acordar para essa nossa vida com você. Quem sabe? Mas você se agarra à sua dor. Você sabe disso, por mais real que ela seja. E sabe que isso te machuca ainda mais. Mas você não quer aceitar a efemeridade das coisas. E eu entendo. Eu realmente te entendo tão bem quanto eu entendi perfeitamente as suas razões para se matar. Mas naquela época eu gostava do seu você o suficiente para me indignar com isso. E eu tinha medo de você. Agora eu sou mais forte do que antes, eu acho. E vou dizer: mate esse seu coração, esse seu estômago, essa sua pele que ainda sonha com anjos e tubarõezinhos. Você não é mais que isso, mas pode ser menos. Pelo menos quando está conosco, tente... tente não pensar nele. Finja que ele não existe. E mate quem se opuser a isso. Mate. Morra.
Eu não sinto mais pena de você. Eu nào tenho mais medo, sabe? Não há possibilidade de mudar sem sacrifício. Quero ver que sacrifício você está disposto a fazer para viver essa nova vida de universitário.

...

Só mais uma coisa: eu ia dizer que eu só te conheci realmente no ano passado, mas, pensando bem, o mais importante que eu aprendi sobre você foi antes, muito antes, antes mesmo Dele. Você continua sendo aquela pessoa que eu conheci, embaixo da carapaça gosmenta de sofredor. Você ainda é a barriga quente de urso na qual eu queria dormir, o amigo carente e carinhoso que precisa de nós e de si. Você é, Tuts. Você é mais.

Desculpe-me por isto. Pode apagar se quiser.

4/5/06 19:30  

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