25.3.06

Essa gente que não se respeita

Respeite-se!
Não me venha com bobagens
insensatas, inconseqüentes, ridículas
Um homem ridículo! (Respeite-se!)
Ponha-se no teu lugar!
Faça o que te cabe,
Não corrompa,
Não infantilize,
Não romantize!
Não corrija o Português,
Não queira torná-lo propriedade sua.
Pare
Por bem
de apropriar-se
de privatizar
de dominar
de roubar
de satisfazer o teu grande ego ridículo
de trair
de conspirar
para satisfazer-se.
Pare de comprar, comprar, comprar
e se mostrar
Porque tudo que se pode ver em você
é má-fé
é incoerência.
Viva a tua vida, rapaz!
Deixe em paz meu coração
deixe em paz
deixe em paz!
Não tente passar imagens
Não fique mostrando o seu não ser
Seja, antes de definir-se.
Defina-se com cautela e humildade.
Por que os modismos?
Por que os simplismos?
Por que sempre o mais fácil, o pronto?!
Por que sempre o mais fácil, o pronto?
Pra que ser conhecido
a qualquer custo?
Pra que ser desejado?
Pra que suas chantagens?
Chantagista...
Pra que distorcer, por que hipérboles interesseiras?
Covarde...
Chega...
Não me venha com essa.
Por que a monarquia?
Por que a recusa da Política?
Por que a aceitação erótica da ideologia?
Alienado...
Ponha-se no teu lugar.
Necessidade de ter.
Necessidade de ostentar.
Ostentar? Reificar os amigos?
Reificar as pessoas.
Então a Humanidade é seu teatro de marionetes?
Você é o melhor ser.
A perfeição.
O modelo.
Romântico...
Vale a pena?
Ponha-se no seu lugar.
Não faça para ser visto.
Não aja para ser visto.
Não seja para ser visto.
(E que eu também consiga.)
Não me venha com isso.
Não me venha com terrorismo.
Respeite-se mais.
Respeite-me mais.
Respeite-os mais.

3 Comentários:

Blogger yuribt disse...

Como epígrafe, a canção de Dado Villa-Lobos, Renato Russo e Marcelo Bonfá, Meninos e Meninas, abaixo:

Quero me encontrar, mas não sei onde estou
Vem comigo procurar algum lugar mais calmo
Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita
Tenho quase certeza que eu não sou daqui
Acho que gosto de São Paulo
Gosto de São João
Gosto de São Francisco e de São Sebastião
E eu gosto de meninos e meninas
Vai ver que é assim mesmo e vai ser assim pra sempre
Vai ficando complicado e ao mesmo tempo diferente
Estou cansado de bater e ninguém abrir
Você me deixou sentindo tanto frio
Não sei mais o que dizer
Te fiz comida, velei teu sono
Fui teu amigo, te levei comigo
E me diz: pra mim o que é que ficou?
Me deixa ver como viver é bom
Não é a vida como está, e sim as coisas como são
Você não quis tentar me ajudar
Então, a culpa é de quem? A culpa é de quem?
Eu canto em português errado
Acho que o imperfeito não participa do passado
Troco as pessoas
Troco os pronomes
Preciso de oxigênio, preciso ter amigos
Preciso ter dinheiro, preciso de carinho
Acho que te amava, agora acho que te odeio
São tudo pequenas coisas e tudo deve passar
Acho que gosto de São Paulo
E gosto de São João
Gosto de São Francisco e de São Sebastião
E eu gosto de meninos e meninas

25/3/06 22:51  
Anonymous Anônimo disse...

gostei... muito bom texto...
isso é uma indireta pra algumas pessoas mas será que é pra mim também? acho que sim. gostei do texto... eu peço desculpas caso tenha feito algum mal...

28/3/06 22:31  
Blogger yuribt disse...

Obrigado, Ugo.
Gostaria que fosse bem direta... ^^
O poema serve pra você sim. Mas também serve para mim. Você não precisa se desculpar.

29/3/06 20:25  

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